O que é Teologia Inclusiva - Definição
"A Teologia Inclusiva, como a própria denominação sugere, é um ramo da teologia tradicional voltado para a inclusão, prioritariamente, das categorias socialmente estigmatizadas como os negros, as mulheres e os homossexuais. Seu pilar central encontra-se no amor de Deus pelo homem, amor que, embora eterno e incondicional, foi negado pelo discurso religioso ao longo de vários séculos. A Teologia Inclusiva contempla uma lacuna deixada pelas estruturas religiosas tradicionais do Cristianismo, pois, por meio da Bíblia, compreende que todos os que compõem a diversidade humana, seja ela qual for, têm livre acesso a Deus por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Ao menos na maioria das igrejas cristãs, os negros e as mulheres já desfrutam de um tratamento igualitário, conquistado após séculos de exclusão injusta, “aparentemente embasada” nas Escrituras.
Hoje, ao menos uma categoria da diversidade humana ainda luta pelo direito à inclusão nas variadas estruturas religiosas cristãs no Brasil e no mundo: os homossexuais. A Teologia Inclusiva busca demonstrar, pelas Escrituras Sagradas, que a homossexualidade constitui outro aspecto da alteridade humana, tão natural quanto a cor da pele ou dos olhos, por exemplo. Não constitui, em si, uma nova teologia, mas um aspecto teológico fundamentado na dignidade da pessoa humana, nas necessidades individuais de homens e mulheres e na valoração da identidade de cada ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus"
Trecho do livro "Bíblia e homossexualidade: verdade e mitos" p. 13-14
"As comunidades inclusivas configuram-se como espaços de inserção de gays e lésbicas, promovendo a participação, efetiva e plena, dessa minoria como sujeitos agentes e articuladores da dinâmica corporal da Igreja, com palavra e reconhecimento a partir de suas experiências e histórias, única possibilidade de dar à luz uma teologia adequada às suas realidades existenciais – essa especificidade da Teologia Inclusiva também lhe rendeu a denominação de Teologia Gay. A TI combate a opressão da heterossexualidade compulsória, resultante de ideologias cristalizadas, socialmente aceitas, porém limitadoras de um fazer teológico abrangente e igualitário. Ao restituir aos gays e às lésbicas o status e a consciência de seres transformadores, a TI outorga-lhes o papel de protagonistas de suas vidas. Por meio da apropriação e da releitura das Escrituras, novas perspectivas teológicas são geradas, condizentes com os princípios bíblicos e compatíveis com a identidade, com os anseios e com o papel social dos cristãos homossexuais.
A TI deve fornecer as bases que direcionem e revelem um caminho seguro para os cristãos homossexuais. Sua importância suplanta os aspectos puramente religiosos, indo muito além: desconstrói doutrinas excludentes e constrói possibilidades reais de vivenciar a afetividade e a sexualidade; resgata a dignidade roubada durante séculos e abre a porta da verdadeira liberdade em Cristo, possibilitando, assim, o experimentar da plenitude da existência humana; eleva a autoestima por meio do ver-se e sentir-se obra-prima de Deus; promove a autoaceitação, dirimindo as culpas e a autocondenação, tão nocivas e destrutíveis; restitui aos gays e às lésbicas o integrar-se à Igreja, como sujeitos, agentes e essenciais à diversidade que compõe o corpo de Cristo."Trechos do livro O Prêmio do amor, p. 25-26
Fonte:Teologia Inclusiva
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