quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mapa traça cartografia social dos cultos afrorreligiosos em Belém


IDENTIFICAÇÃO
Cerca de três mil casas de culto são catalogadas na pesquisa do Iphan
Um mapa que dá visibilidade às comunidades tradicionais de terreiros na expectativa de, a partir dele, o governo criar políticas públicas específicas aos adeptos das religiões afro-brasileiras foi lançado na tarde de ontem, no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Representantes das nações Angola, Jeje Savalu, Ketu, Mina Jeje Nagô Umbanda e Pajelança estiveram reunidos, para conhecer previamente a "Cartografia Social dos Afrorreligiosos em Belém do Pará - religiões afro-brasileiras e ameríndias da Amazônia: afirmando identidades na diversidade", resultado do projeto Patrimônio Imaterial, coordenado pela professora de graduação da Universidade Rural do Rio de Janeiro, Camila do Valle, especialista em diversidade étnica.
Mais do que dar visibilidade, o mapa tem por finalidade fazer com que os praticantes das religiões afro-brasileira se revelem, não vivam no anonimato por conta do preconceito que associa as comunidades tradicionais de terreiros à prática do mal. O mapa identificou cerca de 3 mil terreiros, distribuídos entre as cidades de Belém e Ananindeua. Além disso, ainda fez um levantamento dos espaços sagrados - templos, casas, terreiros, tendas, searas, etc -; dos locais de compra de ervas, locais de tensão à realização de ritos religiosos e situações de conflitos.
"A importância maior do mapa é dar visibilidade para as religiões afro-brasileiras, que tiveram um avanço muito grande. Anos anteriores o que se via era o bairro da Pedreira com a maior concentração de terreiros, agora, a nova cartografia mostra que estamos em toda a Belém", explica Oneide Monteiro Rodrigues ou Mametu Nangetu (que significa mãe da raiz molhada), como é conhecida socialmente. Como uma das lideranças da nação Angola e coordenadora do Instituto Nangetu, em Belém, ela diz que o projeto tem um valor ainda maior por reconhecer as comunidades tradicionais como Patrimônio Imaterial, e servir de instrumento de combate à intolerância religiosa.

Fonte http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?modulo=247&codigo=567885

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