quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Pesquisadores acreditam que em 30 anos será criada uma vacina para melhorar tratamento da aids


Nas primeiras três décadas de pandemia de aids, cerca de 30 milhões de pessoas morreram em decorrência da doença. Nesse mesmo período, porém, ocorreram várias conquistas na área científica, como o aperfeiçoamento da camisinha, o tratamento com antirretrovirais, a terapia pré e pós exposição e alguns avanços para criação de um gel microbicida.

E para os próximos 30 anos, quais são as expectativas? A Agência de Notícias da Aids conversou com alguns pesquisadores.

“Já erramos bastante, caminhamos muito e temos caminhos sólidos para buscar uma vacina para o HIV. Agora precisamos de investimento em pesquisa”, defende Alexandre Grangeiro, pesquisador da Faculdade de Medicina da USP.

Alexandre também acredita na descoberta de uma vacina terapêutica. “Com todo o conhecimento que temos, não podemos mais aceitar a transmissão vertical do HIV e o diagnóstico tardio”, completa.

Para Artur Kalichman, diretor-adjunto do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, muitos estudos ajudaram a descobrir quais caminhos não se pode seguir para encontrar a vacina preventiva. “A maior dificuldade é a mutação do vírus”, explica.

Segundo Artur, apesar de estudos sobre profilaxia pré e pós exposição ao vírus apontarem bons resultados na prevenção ao HIV, esses métodos não substituirão a camisinha. “As estratégias se complementam. É muito mais acessível falar para as pessoas usarem camisinha, já que prevenção com antirretrovirais é mais burocrática, demorada e cara.”

Já o médico e professor de medicina da USP, Esper Kallás, ressalta a importância de mais estudos sobre a utilização de remédios para a prevenção do vírus da aids. “Temos que explorar mais o campo da prevenção”, defende.

Kallás acredita, ainda, que serão produzidas novas drogas com menos efeitos colaterais. “Temos novos antirretrovirais que estão em teste final e chegarão ao mercado em pouco tempo.”

Principais descobertas científicas

1981 - Descoberta da doença

1985 - Invenção do teste anti-HIV

1986 - Descoberta do AZT, medicamento que prolonga a sobrevida dos pacientes

1995 – O FDA aprovou o uso do antiretroviral Saquinavir, a primeira droga de um novo grupo de inibidores de Protease

1996 – Um crescente número de drogas foi aprovado pelo FDA nos EUA, para administração em combinação com outras drogas. No Brasil, o Sistema Único de Saúde passa a fornecer esses antirretrovirais

1997 - Implantação da Rede Nacional de Laboratórios para o monitoramento de pacientes com HIV em terapia com antirretroviral

2010 – Estudo iPrEx, publicado no “The New England Journal of Medicine" aponta que homens que fazem sexo com homens tiveram reduzidas as chances de se infectarem pelo HIV ao tomarem antirretrovriais. Gel microbicida para mulheres (Caprisa) apresenta eficácia contra o HIV. Brasil adota a profilaxia pós exposição também para pessoas expostas ao vírus por via sexual.


Redação da Agência de Notícias da Aids

Dica de Entrevista

Faculdade de Medicina da USP
Tel.: (11) 3062-1845

Programa estadual de DST/Aids de São Paulo
Assessoria de Imprensa
Tel.: (11) 5087-9835

Esper Kallás
E-mail: esper.kallas@gmail.com

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