segunda-feira, 30 de julho de 2012

6 bilionários que financiam campanhas de união do mesmo sexo

Jeff Bezos, fundador da Amazon, trouxe o assunto novamente às manchetes nesta semana. Quem coloca o pote de ouro no fim do arco-íris


SÃO PAULO: À medida que a campanha presidencial decola nos Estados Unidos, volta à tona um assunto que ainda desperta muita polêmica: o apoio (ou não) dos candidatos ao casamento de pessoas do mesmo sexo.
A adesão dos bilionários americanos à causa, no entanto, continua crescendo. Jeff Bezos, fundador da Amazon, é o mais recente integrante de uma legião que conta com personalidades como Jerry Yang, cofundador do Yahoo!; Steven Roth, que fez fortuna no mercado imobiliário local; e o investidor Paul Singer, criador do fundo de hedge Elliot Management Corporation.
Conheça seis bilionários que já fizeram doações a entidades que defendem a união de pessoas do mesmo sexo.

Jeff Bezos, fundador da Amazon, trouxe o assunto à mídia nesta semana, ao doar 2,5 milhões de dólares à United for Marriage, entidade de Washington que luta pela aprovação do Referendo 74. O documento pretende legalizar o casamento de pessoas do mesmo sexo no estado-natal de Bezos.
O apoio foi uma resposta a um email de uma ex-funcionária da Amazon, Jennifer Cast, enviado a Bezos. Na mensagem, Jennifer pedia uma doação de 100.000 dólares à causa. A resposta veio dias depois – com muitos zeros a mais.

O fundador da PayPal, Peter Thiel, é um dos mais destacados militantes gays dos Estados Unidos. O bilionário é um dos fundadores da GOProud, grupo que defende os direitos dos homossexuais.
Em 2010, por exemplo, Thiel realizou um evento da entidade em sua residência, em Nova York, que causou polêmica por um detalhe: uma das anfitriãs, Ann Coulter, não é uma fervorosa defensora da ideia.

Fundador da Progressive, uma gigante do ramo de seguros nos Estados Unidos, Peter Lewis passou a defender a união de pessoas de mesmo sexo por um motivo familiar. Seu filho, Jonathan, é gay e está entre os líderes do movimento no país.
Em 2008, Lewis e seu filho doaram 250.000 dólares para a Gay & Lesbian Victory Fund, outra associação que defende os direitos dos homossexuais. Atualmente, Lewis é mais conhecido por sua defesa de uma nova postura em relação às drogas.

David Geffen fez carreira – e fortuna – no ramo da mídia. Geffen foi, por exemplo, um dos fundadores da DreamWorks, e da DGC Records, em 1990. Assumidamente gay, sua face mais conhecida é a de filantropo, apoiando a defesa dos direitos civis.
Em 2008, Geffen foi um dos que se engajaram pela rejeição da chamada Proposta Nº 8, que defendia a abolição do casamento de pessoas do mesmo sexo na Califórnia. O bilionário doou 100.000 dólares aos opositores da Proposta Nº 8.

Larry Page e Sergey Brin, os criadores do Google, também engrossam as fileiras dos defensores da união entre pessoas do mesmo sexo. Em 2008, os jovens bilionários também se opuseram à Proposta Nº 8, que defendia o fim dessa permissão na Califórnia.
Eles participaram com uma doação de 140.000 dólares aos grupos que se opunham à proposta, finalmente derrotada em novembro daquele ano.
da EXAME
por Márcio Juliboni

Avanços contra aids só foram possíveis graças aos ativistas, afirma o presidente do Banco Mundial

No discurso de abertura da Conferência Internacional de Aids, em Washington, o presidente do Banco Mundial fez um vigoroso elogio aos ativistas que há trinta anos lutam contra a doença e, ao mesmo tempo, contra o preconceito, a falta de solidariedade e a injustiça. Se hoje é possível falar em controle da epidemia e vislumbrar o seu fim, disse o senhor Jim Yong Kim, isso deve-se fundamentalmente às ações desses ativistas.
“Estivemos virando a maré da aids, passo a passo, dolorosamente, durante trinta anos”, afirmou. ”E praticamente a cada passo foram os ativistas e suas comunidades que comandaram essa caminhada”.
A parte inicial do discurso, no domingo, 22, tratou apenas dos ativistas. Segundo o presidente do Banco Mundial, todos os métodos utilizados na área de prevenção surgiram virtualmente desses grupos. Também foram eles, afirmou, que recomendaram desde início práticas de sexo seguro e promoveram o uso de preservativos e a troca de agulhas.
O executivo recordou a história dos grupos que exigiram nas ruas e nos debates públicos mais investimentos no desenvolvimento de novas drogas contra a doença e mudanças nos regulamentos de pesquisas. Eles conseguiram encurtar pela metade, no hemisfério norte, o tempo que se exigia para que novos remédios fossem colocados à disposição dos pacientes.
Para quem não lembra, embora fosse uma questão de urgência, porque milhares de pessoas morriam vítimadas pela doença, os governos, sob pressão de grupos conservadores e religiosos, relutavam muitas vezes em promover campanhas de prevenção, condições adequadas de tratamento, investimentos em pesquisas.
“Foi o profundo entendimento de ativistas das comunidades mais afetadas pela aids que desencadeou um movimento para promover a saúde e a dignidade dos gays, dos profissionais do sexo e consumidores de drogas, que hoje alcança cada canto do planeta”, afirmou o presidente do Banco Mundial. “Foi um movimento que se consolidou na angústia, que tem sede de justiça, que se volta fundamentalmente para a liberação do poder da solidariedade humana.”
Ao destacar alguns grupos que, ao redor do mundo, se destacaram nessa luta, o presidente do Banco Mundial citou uma organização brasileira, o Grupo Pela Vidda, criado em 1989, no auge das manifestações de preconceito contra as vítimas da epidemia.
Nas partes seguintes do discurso, o orador falou sobre as ações que se desenvolvem hoje contra a epidemia, agravada pela pobreza em diversas partes do mundo. A íntegra do pronunciamento, em inglês, pode ser acessada no site do Banco Mundial.
Cópia para o Palácio do Planalto
Ao finalizar, o presidente do banco disse que o movimento contra a aids sinalizou valores que podem ser utilizados no desenvolvimento global, baseados na “solidariedade, coragem, respeito pela dignidade de todas as pessoas e uma persistente busca por justiça”.
Por Léo Mendes
Coordenador Nacional da Articulação Brasileira de Gays

Combate à Aids no Brasil perdeu intensidade, diz especialista

O aumento da pressão de grupos religiosos aliados e a redução das campanhas de prevenção junto às populações de maior risco são a maior ameaça ao programa brasileiro anti-Aids, até hoje considerado um dos mais bem-sucedidos do mundo. A opinião é do coordenador de Aids/HIV da Opas (Organização Panamericana da Saúde), Massimo Ghidinelli.
“O caso parece ser que, nos últimos anos, grupos religiosos ficaram mais fortes e há uma menor intensidade na maneira pela qual o programa lida com questões de homofobia e sexualidade”, disse Ghidinelli à BBC Brasil, na Conferência Internacional da Aids, realizada nesta semana em Washington, nos Estados Unidos.
“O programa brasileiro certamente precisa mudar e se adaptar rapidamente a esses novos desafios da epidemia e manter um grande enfoque nas populações vulneráveis, o que exigirá um trabalho muito forte de promoção de políticas”, acrescentou.
Os últimos números do mais recente Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde apontam para um aumento dos casos de contaminação pelo HIV em todas as regiões do país, com exceção da região Sudeste, nos últimos dez anos.
Para especialistas ouvidos pela BBC Brasil, tal crescimento está ligado, entre outro fatores, ao comportamento da população.
Segundo eles, apesar de o programa brasileiro continuar a ser um referencial no âmbito global, seu sucesso pode tê-lo tornado “uma faca de dois gumes”.
Isso porque, como a síndrome passou a ter um caráter crônico e os casos de morte se tornaram mais raros, as pessoas ficaram menos cautelosas em relação aos mecanismos de prevenção à doença.
REPAGINAÇÃO
Segundo os especialistas, as vítimas desse novo cenário epidêmico são os jovens, particularmente do sexo feminino e homossexuais.
Por essa razão, durante a conferência, representantes de ONGs chamaram a atenção para a necessidade de o Programa Nacional de DTS/Aids brasileiro se adaptar à nova realidade da epidemia no país.
Eles também se queixaram de que, nos últimos anos, o enfoque nas populações chave diminuiu e houve comprometimentos políticos com o lobby de grupos conservadores que passaram a ser mais atuantes.
“O senso comum é sempre muito conservador, mas nossa obrigação é tomar decisões com base em evidência”, afirmou à BBC Brasil Dirceu Greco, diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
NÚMEROS
Apesar das críticas, o programa de prevenção a Aids no Brasil ainda é considerado um sucesso entre os especialistas. Prova disso foi que, nos últimos 12 anos, a mortalidade em decorrência da Aids no Brasil apresentou uma queda de 17%.
Outra grande conquista foi a drástica diminuição em 55% dos casos de infecção no grupo de crianças menores de cinco anos. Em 2000 foram registrados 863 casos de crianças pequenas com Aids. Em 2011, apenas 482 casos foram registrados. Isso comprova a eficácia da prevenção de transmissão vertical, de mãe para filho.
No entanto, alguns profissionais de saúde afirmam que isso não é suficiente.
“Não adianta nada (a prevenção de transmissão vertical) se, na adolescência, o jovem vai ser contaminado”, diz Edmundo Cardoso, chefe do Grupo de Atendimento à Aids Pediátrica (GAAP) do Hospital Conceição, de Porto Alegre.
É por causa desse argumento que especialistas estrangeiros dizem que a abordagem do programa de Aids/HIV do país deve assumir um teor mais sociológico.
“A epidemia não é um problema puramente médico”, disse à BBC Brasil, Marco Vitoria, médico assessor do programa de HIV-Aids da Organização Mundial da Saúde (OMS) de Genebra.
SOLUÇÕES
Entre as soluções que devem ser implementadas ao programa brasileiro de combate a Aids, especialistas sugerem um maior envolvimento da sociedade civil, o investimento em campanhas de conscientização com respeito a práticas sexuais seguras e o maior envolvimento da mídia, focando grupos específicos, como adolescentes e homossexuais.
Outra abordagem importante é a realização de mais pesquisas multidisciplinares que estudem o comportamento dos grupos mais vulneráveis.
No entanto, os representantes das principais organizações internacionais de saúde ainda dizem que, mesmo com os novos desafios, o Brasil ainda conta com um dos melhores programas de combate à Aids do mundo.
“A região da América Latina é a que tem maior cobertura em termos de tratamento, e o Brasil e a Argentina, em particular, continuam sendo exemplos para a região e o mundo”, disse Vitoria.

Pesquisa mostra que 70% dos gays de SP já sofreram algum tipo de agressão

Estudo também mostra que discriminação acontece, principalmente, dentro das escolas
Uma pesquisa feita pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostra que 70% dos homossexuais de São Paulo já sofreram algum tipo de agressão. O levantamento aponta que o preconceito, a violência e a discriminação ainda fazem parte do dia a dia da maioria dos gays da capital paulista.
O estudo feito pelo Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, unidade da pasta estadual, em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, mostra ainda que, dos 1.217 entrevistados, 62% sofreram agressões verbais. Outros 15% sofreram agressão física e 6%, sexual.
Os participantes relataram também terem recebido ameaças de agressão física, chantagem ou extorsão, além de constrangimento no ambiente de trabalho. Paulo Roberto Teixeira, da coordenação do programa Estadual DST/Aids, afirma que os resultados mostram uma situação inaceitável.
— Não existem leis que criminalizem a homossexualidade. Nem o Código Penal, nem a Constituição Federal proíbem o sexo entre pessoas do mesmo sexo, maiores de 18 anos. No entanto, existem leis estaduais e municipais que proíbem o preconceito e a discriminação por orientação sexual.
A pesquisa, denominada “Sampacentro”, foi realizada no centro da cidade de São Paulo entre novembro de 2011 e janeiro de 2012, e abordou homens em 92 lugares, entre casas noturnas, saunas, cinemas e na rua. Esses locais foram previamente selecionados.
Para participar do estudo era preciso residir no estado de São Paulo, ser maior de 18 anos e ter tido relação sexual com outro homem. A maior parte dos entrevistados é jovem, com 30,1% na faixa entre 18 e 24 anos e 38% entre 25 e 34 anos.
Ainda conforme os dados obtidos, 68% dos participantes relataram algum tipo de discriminação, como, por exemplo, maus-tratos por parte de professores e alunos dentro das escolas, relatados por 32% dos entrevistados. O ambiente familiar é palco de 29% das reclamações de discriminação dos homossexuais que participaram da pesquisa, assim como o ambiente religioso (23%) e entre amigos e vizinhos (29%).
Entre os 1.217 participantes, 776 deles concordaram em realizar um teste para constatar se tinham HIV, dos quais 16% tiveram o resultado positivo para o vírus da Aids.
Fonte: R7

domingo, 29 de julho de 2012

Cartilha gay diz que homossexuais não devem votar em candidatos do PR e do PP


Uma cartilha em que homossexuais avaliam candidatos e partidos políticos foi elaborada e divulgada na internet. Batizada “Cartilha LGBT para as Eleições 2012/2014″, o material é assinado por membros do grupo “LGBT  Brasil” do Facebook e do Orkut.
Segundo a cartilha, candidatos do PR – formado pela fusão do Prona e do PL – não devem receber votos dos homossexuais, pois o partido pertence a um grupo que deve ser “combatido pelos LGBT”. O mesmo vale para o PP.
O senador Magno Malta (PR-ES) e o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) são citados como os principais articuladores de propostas que prejudicam os gays.
Os deputados federais Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Paulo Maluf (PP-SP) também aparecem como candidatos que não devem ser votados “em hipótese alguma”.
Álvaro de Lima Oliveira, 38, foi uma das pessoas que ajudou a escrever o documento. Oliveira, que é medico e vive em Guaxupé (MG), disse que contou com outros membros da comunidade na elaboração do trabalho, que foi feito todo pela internet.
A ideia de produzir um material que orientasse a comunidade LGBT na hora de escolher seus candidatos surgiu a partir da ausência de uma representação política para esse público. ”Todos conhecem a bancada evangélica, mas ninguém sabe quem faz parte da bancada de livre expressão sexual”, disse Oliveira.
Dicas de como identificar um político que apoia as causas gays e de como votar bem, na ótica do movimento LGBT, ocupam parte das 37 páginas da cartilha. Uma avaliação detalhada de cada partido foi feita, sendo que 12 deles são citados de forma negativa, por supostamente atuarem contra as lutas do grupo.
Outro lado
O deputado federal Jair Bolsonaro disse que se sente “orgulhoso” por fazer parte da lista dos políticos não recomendados pelo movimento.
Segundo sua assessoria de imprensa, Magno Malta informou que irá pedir a retirada do seu nome.
Anthony Garotinho e Maluf preferiram não se pronunciar sobre o assunto.
O trabalho foi lançado em março e os autores não têm estatísticas de visualizações do mesmo, todavia, afirmam que a página criada no Facebook para divulgar o trabalho já conseguiu alcançar mais de 62 mil pessoas. Leia a cartilha aqui.

Exposição de brasileiro em Nova York denuncia violência contra homossexuais no Brasil

“Menino de 14 anos se assume gay e é enterrado vivo pelo padrasto”, diz um dos textos que acompanha as fotos de Crimes Against Love, do artista carioca Cyriaco Lopes
A exposição Crimes Against Love, do artista visual carioca Cyriaco Lopes, procura representar em Nova York, nos Estados Unidos, a violência cometida contra homossexuais no Brasil. A abertura é dia 7 de agosto, mas ela já está na President’s Gallery, a faculdade de Justiça Criminal da City University of New York.
São 13 fotos de esculturas desgastadas e quebradas que Cyriaco tirou nos últimos anos no Metropolitan Museum, no Cloisters Museum – ambos em Nova York – e no J. Paulo Getty Museum – em Los Angeles. Abaixo de cada foto, há páginas vermelhas, com textos retirados de notícias de jornais sobre agressões que homossexuais sofreram nas cidades brasileiras.
“Menino de 14 anos se assume gay e é enterrado vivo pelo padrasto” é o conteúdo de um desses textos. A trágica história de Osvan Inácio dos Santos, violentado até a morte, em setembro de 2007, está também entre os textos: “Naquela noite: 1) Ganhou o Miss Gay Piracicaba, 2) Foi estuprado, teve seu crânio esmagado”. O assassinato dramático de uma transexual, em 2011, que, após ter batido o carro, fugindo de uma perseguição, foi arrastada pelos cabelos e agredida, consta em outro.
A exposição de Cyriaco busca lidar com o paradoxo entre os avanços dos direitos dos homossexuais e o aumento dos crimes de origem homofóbica. “Antes, quando nós gays ficávamos invisíveis, sabíamos qual era nosso lugar, e, agora, quando temos uma abertura política maior, uma ampliação dos direitos civis para homossexuais, há uma reação forte. Quis fazer um trabalho sobre essa resposta”, disse.
Em maio do ano passado, no Brasil, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, e a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou projeto de lei que insere a união civil entre elas no Código Civil. Mas nesse mesmo ano, a Secretaria de Direitos Humanos registrou uma média de 3,4 denúncias diárias de violência praticada contra LGBTs. Tratavam-se de casos de violência física, sexual, psicológica e institucional. “Por que os homossexuais estão muito mais visíveis, a reação está mais visível. O avanço social e os crimes estão conectados”, avaliou Cyriaco.
As fotografias das esculturas são um memorial às vítimas citadas. “Não estava à procura de obras-primas. Essas esculturas não são conhecidas pelo público, estão em seções pouco visitadas nos museus. Elas são vestígios, lembram as vítimas”, comentou.
No Brasil, Cyriaco já expôs no Museu de Arte de São Paulo (Masp) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), entre outros espaços. Seu trabalho já foi exibido na França, na Alemanha, na Itália, na Polônia e em Portugal. Ele vive e leciona arte em Nova York, e, nos Estados Unidos, expôs também em diversos museus. Cyriaco concentra seu trabalho nos problemas sociais. “Desde a época da ditadura, a arte brasileira não fala de temas sociais, ela é sempre sobre processos e materiais ou sobre história da arte”, disse. Embora ele considere que arte no Brasil seja fantástica, acredita que o circuito seria mais interessante se ela tivesse um compromisso social.
Crimes Against Love é o fruto de dois trabalhos anteriores seus. Um deles é o Big Bronze Statue – de 2009 –, uma intervenção em que espalhou por uma rua de Nova York cartas que continham mensagens de amor do pintor italiano Michelangelo para um homem que muitos supõem que fosse seu amante; o soneto ao jovem rapaz, do escritor inglês William Shakespeare; e as cartas do poeta português Fernando Pesso ao escritor norte-americano Walt Whitman. O outro é Lovers and Saints, de 2007, uma exposição de fotografias eróticas de criminosos presos sendo exibidos à imprensa, semelhante, para ele, ao que eram os mercados de escravos na época da escravidão no Brasil.
Quando morava no Rio de Janeiro, Cyriaco evitava lugares onde sabia que poderia ser agredido por homofóbicos. “Evitava a praia de Ipanema, em certos horários, porque era a época dos pitboys”, contou. Nos EUA, sentiu discriminação quando se mudou para lá, acompanhando um antigo namorado, que ganhara uma bolsa de mestrado no país. “Se nós fossemos um casal de homem e mulher, eu, como parceiro, teria ganhado uma bolsa adicional, e o governo americano teria dado um visto automático, mas isso não ocorreu”. Ele, em todo caso, não precisou, pois passou em primeiro lugar no mestrado e ganhou sua própria bolsa.
Uma das inspirações da exposição é o Projeto de Lei 122. Para Cyriaco, aprová-lo determinará de quem o Congresso brasileiro está do lado, se é da cidadania ou dos agressores homofóbicos. “No Brasil, os artistas plásticos temem levantar qualquer bandeira. É o clichê: não quero que a arte seja panfletária. Eu falo: quero levantar essa bandeira, sim.”
Crimes Against Love fica em cartaz até 7 de setembro.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Governo da Bahia condenado

O Governo da Bahia foi condenado a pagar uma indenização de R$ 100 mil reais e pensão vitalícia no valor de quatro salários mínimos, cerca de R$ 2,5mil, para uma adolescente de 15 anos que foi infectada pelo vírus HIV em um hospital público de Salvador. 
A decisão foi tomada pelo desembargador Salomão Resedá e outros três magistrados em sessão da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia nesta terça-feira (24), de acordo com informações da assessoria de comunicação do órgão.
A criança convive com a doença desde os três anos, quando foi infectada durante uma transfusão de sangue no Hospital Roberto Santos, da rede de saúde do estado, em razão de uma anemia. A decisão será publicada no Diário da Justiça desta quarta-feira (25), mas o Governo poderá recorrer da sentença no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.
Segundo a decisão do juiz, o pagamento da pensão de quatro salários mínimos para a garota infectada com a doença deverá ser feito por toda a vida da adolescente, que teve o nome preservado. O processo, de acordo com informações da TV Bahia, teve início 2005 e chegou a ser julgado em 2010.
Em entrevista ao notícia da emissora baiana, o pai da adolescente, Carlos Alberto Silva, disse que ?a decisão vai amenizar um problema que vivemos. Agora sabemos que ela vai ter uma qualidade melhor de vida?. Apesar da felicidade dele, a Procuradoria Geral do Estado da Bahia informou que vai recorrer, mais uma vez, da decisão judicial no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Com informações do Correio da Bahia    

Fonte: Grupo contra o preconceito

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Kit gay chega às escolas brasileiras e causa revolta em cristãos.

Menino brinca de boneca?
A família Bolsonaro denunciou nesta segunda-feira (23) em seu site que o “kit gay” já chegou às escolas e alertou para o estímulo ao homossexualismo que o material contém. Trata-se do livro didático chamado “Menino Brinca de Boneca?” adotado pelo Ministério da Educação como referência para alfabetização das crianças até 6 anos de idade.
De acordo com o site, cujo líder Jair Bolsonaro é conhecido por sua oposição feroz às ações dos grupos LGBT na política, o livro já está sendo utilizado em algumas escolas particulares em São Paulo. O livro ainda deve expandir para todo o Brasil, segundo a orientação do Governo Federal.
Caso seus filhos tenham este exemplar em suas mochilas, fiquem atentos pois certamente estão recebendo carga de informações estimulando o homossexualismo em suas cabeças, alerta o site.
O site também mostra fotografias do “Menino Brinca de Boneca?” onde a família expõe palavras obscenas num conteúdo para crianças como “vulva” e “pênis”, citadas na página 16 do livro. Além disso, a família Bolsonaro aponta para a contra-capa, onde diz-se que Frei Betto é incisivio ao dizer que a obra criada estimula o público infantil a decidir-se por si só sobre sua sexualidade.
Um outro livro apontado no site foi “Porta Aberta”, de Geografia e História, que é voltado ao público do primeiro ano, e segundo os Bolsonaro também estimula o homossexualismo. A lição mostra uma brincadeira intitulada de ‘Gavião’, na qual um homem adulto agarra uma criança, ambos nús, orientando que os meninos e meninas brinquem daquela maneira com seus amigos. Uma clara afronta que estimula a pedofilia.
Além disso, o livro possui na página 225, um jogo da memória formando famílias de pais homossexuais. Além das mensagens diretas, em ambos é nitidamente fácil constatar as mensagens subliminares envolvendo o homossexualismo e pedofilia, que são exploradas durante todas as tarefas ensinadas, afirmam os Bolsonaro no site.
A sanha dos ativistas homossexuais que desde o início mentem e dizem que o kit-gay não seria para o público infantil é desmascarada, e já tomou também as escolas privadas do Brasil. É isso que queremos para nossos filhos?, diz Bolsonaro.
O material vem depois que um outro material contra homofobia, conhecido como ‘kit-gay’ e lançado pelo Ministério da Educação, foi vedado pela presidente Dilma Rousseff, após pressão da bancada evangélica.
O pedagogo Felipe Nery, que primeiro detectou a inclusão de livros com tal conteúdo nas escolas, levou a questão à Frente Parlamentar Evangélica no início do mês de julho. Ele, que é membro do Instituto de Ensino Superior de São Paulo, apresentou outros dois livros: “Porta Aberta”, voltado para alunos de 6 anos, da autora Mirna Lima e editado pela FTD; e “Aprendendo a Viver, Sexualidade”, voltado para alunos de 10 e 11 anos, das autoras Patricia Mata e Lydia R., editados pela Ciranda Cultural.
Segundo Nery, a distribuição dos livros está sendo feita nas escolas que não possuem um projeto pedagógico. Ele também alerta que os pais devem acompanhar o material que é usado na educação dos filhos.
Explicações são esperadas do atual ministro da educação, Aloízio Mercadante (PT-SP) à pedido do deputado federal Filipe Pereira (PSC-RJ).

por Redação MundoMais